Cabelos Brancos: que Nervoso!
- Sabrina Wertzner
- 5 de mai. de 2020
- 2 min de leitura
Ou será que é o inverso?
Recentemente foi publicado na revista Nature um estudo feito com ratos que mostra que o estresse agudo realmente pode levar ao embranquecimento dos cabelos, devido à rápida depleção das células-tronco dos melanócitos.
Sua cor de cabelo é determinada por melanócitos (células produtoras de pigmento). Novos melanócitos são feitos a partir de células-tronco de melanócitos que vivem no folículo piloso (base do fio de cabelo). Já é esperado que, com o envelhecimento, essas células-tronco desapareçam gradualmente. Agora, afirma-se que fatores como a resposta oriunda do estresse agudo possam contribuir também para a perda das células-tronco.
O sistema nervoso simpático passa por todo o corpo, inclusive pelos folículos capilares. O estresse leva a liberação da norepinefrina química no folículo piloso. Esta afeta as células-tronco somáticas dos melanócitos que lá vivem e isso faz com que eles rapidamente diferenciem-se, migrem e sejam esgotados de forma permanente no nicho, transformando-se em células de pigmento.
Sem células-tronco de melanócitos para criar novas células de pigmento, novos fios de cabelo nascem acinzentados ou brancos.

Ou seja: a manutenção de células-tronco somáticas dos melanócitos é diretamente influenciada pelo estado fisiológico geral do organismo.
Os pesquisadores verificaram, adicionalmente, que depois de apenas alguns dias de estresse e alta liberação de norepinefrina grande parte das células-tronco dos melanócitos são perdidas. Após o ocorrido não é possível reverter a situação, e as células passam a não conseguir regenerar pigmentos.
O dano é permanente.
Fontes: NIH
ZHANG, Bing; MA, Sai; RACHMIN, Inbal; HE, Megan; BARAL, Pankaj; CHOI, Sekyu; GONÇALVES, William A.; SHWARTZ, Yulia; FAST, Eva M.; SU, Yiqun. Hyperactivation of sympathetic nerves drives depletion of melanocyte stem cells.Nature, [s.l.], v. 577, n. 7792, p. 676-681, jan. 2020. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1038/s41586-020-1935-3.
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