Imunonutrição e COVID-19
- Fernanda Ramos
- 20 de mar. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de mar. de 2020
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias e o SARS-CoV-2 é um novo agente, descoberto no final do ano de 2019. Ele provoca a doença chamada de COVID19 (Coronavirus Disease 2019).
A pandemia tem apresentado desafios e ameaças sem precedentes aos cidadãos e sistemas de saúde de todo o mundo, em todos os níveis de assistência à saúde.
A população de maior risco para a COVID19 é de idosos, frágeis e com doenças crônicas, o que expõe o grupo à piores resultados previstos, agravados quando há desnutrição associada, prévia ou intra hospitalar.
Neste cenário, tem aparecido, oportunamente, algumas recomendações de suplementação alimentar ou uso de fórmulas parenterais ricas em micronutrientes e antioxidantes, com a promessa de melhora da imunidade e combate ao vírus. E você já deve imaginar que NÃO HÁ EVIDÊNCIA CIENTÍFICA que suporte tais condutas.
A função imunológica apresenta variabilidade entre os indivíduos, devido a fatores genéticos, ambientais, de estilo de vida, alimentação e da interação entre todos esses fatores. Não é tão simples!
É fato que a alimentação tem papel importante na função imunológica, com nutrientes chave, como zinco, ferro, selênio, vitamina E, vitamina C e ômega 3, que entre outras, tem funções antioxidante, anti-inflamatória e efeito imunomodulador.
No entanto, suas recomendações para a atual situação estão de acordo com as quantidades previstas para a população geral para cada faixa etária e pode ser conseguida por meio de uma alimentação equilibrada e sem necessidade de doses de suplementação.
O conselho das principais instituições nacionais e internacionais é uma alimentação diversificada, rica em frutas, legumes e verduras, fontes dos micronutrientes com efeito no sistema imune.
Você pode encontrar esses micronutrientes em:
Tabela 1. Fontes alimentares de zinco, ferro, selênio, vitamina E, vitamina C e ômega 3.

Fonte: Cozzolino, 2013
Até o momento não há evidência específica de que medidas alimentares possam ajudar a proteger ou até diminuir os efeitos da infecção por COVID-19.
Para o tratamento, as instituições tem orientado o tratamento aos sintomas, quadro clínico e de acordo com as comorbidades, com adequado fornecimento de nutrientes.
Faz sentido, nesse ponto, apoiar boas escolhas alimentares, antes, durante e após a infecção por Coronavírus. E também continuar esses cuidados após passarmos por esse período de aumento exponencial dos casos.
Não esqueçam:

Cuidem-se e cuidemos uns dos outros.
ESPEN. Coronavirus, A word from ESPEN. Última atualização em 17 de março de 2020.
International Society for Immunonutrition (ISIN. ISIN Position Statement on Nutrition, Immunity and COVID-19. March 2020.
Wu D, Lewis ED, Pae M, Meydani SN. Nutritional Modulation of Immune Function: Analysis of Evidence, Mechanisms, and Clinical Relevance. Frontiers in Immunology. 2019
Cozzolino SMF. Biodisponibilidade de Nutrientes. 4ª Edição. Manole. 2013

Comments