Ano novo, vida nova...dieta nova?
- Fernanda Ramos
- 30 de dez. de 2016
- 2 min de leitura

Entra ano, sai ano e o que não falta são dietas novas e repaginadas de todos os tipos que prometem emagrecimento rápido de forma facilitada.
O que elas têm em comum? Restrição de alimentos ou grupo de alimentos.
O que as pessoas que fazem dieta tem em comum? A dificuldade da perda e a manutenção de peso.
O resultado dessas dietas é, a princípio, positivo, pois em poucos dias ou semanas há perda de peso significativa. O que não te contam é que além de serem temporárias, pois não é possível manter restrição severa de calorias e nutrientes como um todo por tempo prolongado, depois de todas elas você volta a comer como antes e o peso perdido retorna rapidamente ou há um ganho de peso maior, conhecido como reganho de peso.
O reganho de peso é algo tão importante que altera vias metabólicas e mecanismos de adaptação do organismo e existem vários estudos do tema. Os mecanismos de ganho de peso envolvem termogênese adaptativa, redução de gasto energético e aumento da circulação de hormônios mediadores do apetite. Isso significa que quanto mais se restringe calorias e quanto maior a perda de peso em curto período, mais o organismo se adapta e mais há ganho de peso.
No estudo de Johansson et al, de 2014, com dois grupos, um com restrição de 800kcal e outro com 1200kcal, encontrou-se perda de peso inicial substancial da dieta mais restrita, mas reganho de peso também maior comparado com a menos restrita.
Sabe-se ainda que a grande variação de peso em um período prediz ganho de peso por degradação dos sistemas reguladores de peso e desabilitação do organismo de manter o balanço energético em equilíbrio.
Estima-se que entre os indivíduos que perdem peso, a maior parte retornará ao peso inicial em três anos e um terço vai ganhar mais peso que a perda inicial.
Um estudo de 2016, de Vink et al, em contrapartida, mostrou que após 1 ano, o reganho de peso foi igual entre os grupos com perda de peso rápida e o grupo com perda gradual.
Assim, apesar de não haver evidências fortes, a perda de peso gradual é preferida à perda rápida no que diz respeito ao sucesso na manutenção do peso perdido.
Nesse ponto, a educação nutricional tem papel fundamental na prevenção do reganho de peso, por estimular hábitos alimentares mais saudáveis, com modificações duradouras e permitir que melhores escolhas alimentares sejam realizadas.
Que tal começar o ano com uma proposta mais eficiente para a alimentação? ;)
Referências
Freedhoff I, Hall KD. Comment: Weight loss diet studies: we need help not hype. The Lancet. 2016; 388.
Vink RG, Roumans NJT, Arkenbosch LAJ, et al. The Effect of Rate of Weight Loss on Long-Term Weight Regain in Adults with Overweight and Obesity. Obesity. 2016;24(2).
Kari Johansson, Martin Neovius, and Erik Hemmingsson. Effects of anti-obesity drugs, diet, and exercise on weight-loss maintenance after a very-low-calorie diet or low-calorie diet: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Am J Clin Nutr 2014;99:14–23.
Lowe MR, Feig EH, Winter SR, Stice E. Short-term variability in body weight predicts long-term weight gain. Am J Clin Nutr 2015;102:995–9.
Metzgar CJ, Nickols-Richardson SM. Effects of nutrition education on weight gain prevention: a randomized controlled trial. Nutrition Journal (2016) 15:31

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