São muitos fatores!
- Sabrina Wertzner
- 28 de out. de 2016
- 2 min de leitura
Desde a conferência realizada em 1985 pelo National Institutes of Health a obesidade é considerada uma doença complexa e multifatorial, que traz efeitos adversos à saúde e longevidade. Em um artigo escrito pela ABESO (2015), publicado exatamente no mesmo mês da pesquisa que será apresentada, mostra-se que o cerca de 60% da população brasileira está na faixa de sobrepeso ou obesidade, sendo uma maior prevalência no sexo feminino (58,2 %) que no sexo masculino (55,6%).
A obesidade tornou-se uma questão de saúde pública: predispõe diversas comorbidades, inclusive hipertensão, dislipidemia, diabetes, doenças coronarianas, AVC, dentre outras, além de prejudicar a qualidade de vida.
Restringir a ingestão de alimentos por meio de dietas e incluir atividades físicas geralmente culmina em uma perda de peso a curto prazo. Apesar disso, observa-se que muitos indivíduos têm reganho do peso - certas vezes ainda maior que a perda anterior.
Sugere-se, portanto, que os efeitos das intervenções citadas por si só não sejam suficientes para manter a redução do peso, e que o problema seja mais complexo, podendo a obesidade estar relacionada a fatores genéticos, comportamentais, ambientais e processos homeostáticos.
Sucintamente, a respeitos dos fatores ambientais, indica-se que um universo ‘’obesogênico’’ possa impactar as áreas córtico-límbicas do cérebro, e promover o ganho (e reganho) de peso.

A respeitos dos fatores comportamentais comportamentos de excessos são contribuintes fundamentais para a etiologia da obesidade e sabe-se que a terapia comportamental é uma parte essencial da gestão da perda de peso.

A respeito dos processos homeostáticos, as adaptações fisiológicas compensatórias decorrentes da perda de peso promovem a recuperação do peso. Há também evidências crescentes em relação ao papel de outros fatores, incluindo fatores hedônicos e atividades das células da glia, em substituir o ciclo normal de controle do peso corporal.

O campo de estudo ainda parece ser vasto, especialmente sobre os aspectos adaptativos fisiológicos, mas já é possível alinhar e orientar indivíduos, tendo menor chance de recuperação do peso perdido.
Conclui-se, portanto, que a fim de promover uma perda de peso saudável, com menores chances de reganho, deve-se aderir uma terapia comportamental multidisciplinar que seja capaz de neutralizar as adaptações fisiológicas e outros fatores associados, além de um universo que favoreça o comportamento saudável por si só.
Health Implications of Obesity. NIH Consens Statement Online 1985 Feb 11-13 [2016-10-25]; 5(9):1-7.
ABESO (São Paulo). Quase 60% dos brasileiros estão acima do peso, revela IBGE. 2015. Disponível em: <http://www.abeso.org.br/noticia/quase-60-dos-brasileiros-estao-acima-do-peso-revela-pesquisa-do-ibge>. Acesso em: 24 out. 2016.
GREENWAY, F L. Physiological adaptations to weight loss and factors favouring weight regain. International Journal Of Obesity, [s.l.], v. 39, n. 8, p.1188-1196, 21 abr. 2015. Springer Nature. http://dx.doi.org/10.1038/ijo.2015.59.
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