Unidos para acabar com a Tuberculose!
- Fernanda Ramos
- 24 de mar. de 2017
- 3 min de leitura

Hoje, dia 24 de março, é Dia Mundial da Tuberculose. E se tem um dia pra nos lembrar disso é porque é uma coisa importante, não é?
Você sabe por que?
A tuberculose é uma doença de notificação compulsória que tem tratamento e cura. No Brasil, o tratamento é regulado e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (e SOMENTE por ele! As medicações não podem ser compradas e a dispensação delas é feita na Unidades de Atenção Básica)
Mesmo em serviços particulares, as pessoas são encaminhadas à atenção básica para acompanhamento do tratamento.
Em alguns países a medicação pode ser encontrada com vendedores ambulantes, sem qualquer regulação ou controle de qualidade (imagina só!), há venda das medicações a custo mais acessível também, já que serviços particulares oferecem o tratamento,porém a um alto custo. Isso demonstra que apesar de ser uma estratégia global, em muitos lugares no mundo ainda não há regulação e estruturação adequada do programa, tornando-o frágil.
É curioso, porque a tuberculose parece ser uma doença do passado; no entanto recentemente tem enfrentado um ressurgimento e proliferação de cepas resistentes, nas formas de tuberculose resistente e ultrarresistente. E essas duas últimas formas tem baixas taxas de cura, devido à ausência de medicamentos específicos para o tratamento.
A tuberculose uma das três doenças infecciosas de maior mortalidade, junto com a malária e o HIV/Aids.
É fato que taxa de mortalidade teve redução de 47% entre 1990 e 2015, mas sua incidência se mantém alta. E este é o maior problema! Estima-se que a cada ano cerca de 1,5 milhão de pessoas morram da doença e que outros 9,6 milhões sofram com a doença, principalmente em países em desenvolvimento.
No Brasil, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos a cada ano e ocorrem 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose.
Os grupos de risco são aqueles com piores situações socioeconômicas, que vivem em espaços urbanos precários, pessoas que vivem em presídios e abrigos sociais, creches, profissionais da saúde que atuam em hospitais, etc.
A bactéria da tuberculose pode viver de forma inativa no organismo e a maioria das pessoas expostas nunca desenvolverão os sintomas. No entanto, se o sistema imune for comprometido, como na desnutrição, pessoas com HIV-positivo e em idosos, a bactéria pode se tornar ativa. O estresse também pode ser fator desencadeante.
Sabe-se que apenas cerca de 10% das pessoas infectadas com a bactéria vão desenvolver a forma ativa e contagiosa da doença em algum ponto de suas vidas.
Tendo em vista a gravidade da doença, a OMS se empenha nas suas campanhas, produção de materiais, adoção de estratégias e metas de redução da tuberculose, especialmente nos países prioritários, onde as taxas de incidência são maiores.
Hoje foi lançado o Ethics Guidance for the implementation of the end TB strategyEthics Guidance for the implementation of the end TB strategy, com o objetivo de guiar desde governos, comunidade internacional, organizações comunitárias, familiares e pessoas com tuberculose sobre suas responsabilidades, metas, direitos e deveres. É um chamado à responsabilidade para gestores, profissionais de saúde, sociedade civil e pesquisadores na elaboração de novas estratégias e tecnologias, além do reforço das já existentes e que apresentam bons resultados para o controle da tuberculose.
A ideia principal é modificar os determinantes sociais que levam a tuberculose, além de evitar discriminação, estigmas, marginalização e barreiras no acesso aos cuidados de saúde.
A tuberculose existe, tem tratamento e tem cura!
Leia mais sobre o assunto em:
Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010: Rename 2010. Série B. Textos Básicos de Saúde. Brasília / DF – 2010
Brasil, Ministério da Saúde. Tuberculose. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/tuberculose. Acesso em 24/03/2017
Médicos sem Fronteiras. Tuberculose. Disponível em: http://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/tuberculose. Acesso em 24/03/2017
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