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Você é Lind@!

  • Foto do escritor: Isis Stelmo
    Isis Stelmo
  • 7 de fev. de 2017
  • 3 min de leitura

Está começando mais uma semana temática do Et Al! Dessa vez, vamos falar sobre a prevenção de Transtornos Alimentares (TAs).

E para aquecer os motores, nosso primeiro tema é:

Mídia e o que isso tem a ver com a Imagem corporal e os TAs.

Os meios de comunicação em massa são reflexo das opiniões comuns da sociedade nas quais estão inseridos. Transmitem o que devemos comer, beber, vestir, como nos comportar, o que é legal e o que não é (Alvarenga et al 2010).

Falando sobre corpo, geralmente o que vemos nas capas das revistas, pela internet e na TV são corpos magros, altos, geralmente brancos ou bronzeados, considerados belos e perfeitos, os quais pertencem a pessoas felizes e bem sucedidas.

Enquanto isso, os corpos tidos como gordos (às vezes nem estão fora dos parâmetros de eutrofia, mas aos olhos do senso comum, tem dobras e curvas sobrando ali) são, na maioria das vezes, associados a pessoas indisciplinadas, sedentárias, que comem mal, infelizes e que vão morrer solteiras e ficar para titia (ou titio). Mas @ gordinh@ compensa tudo isso com o seu bom humor... ¬¬

Percebem a dicotomia aqui?

Magro- Bom/ Gordo- Ruim

Nas últimas décadas, esse padrão de beleza favorecendo mulheres super magras e homens super musculosos veio ganhando espaço e sendo cultuado, principalmente no Ocidente.

A população mais afetada com isso tudo é a de mulheres (Alvarenga et al, 2010). Quem nunca se deparou numa roda de conversa na qual todas as amigas presentes estavam falando mal de si mesmas, de seus próprios corpos e que gostariam de perder X quilos, mudar isso e aquilo?

Essa insatisfação geral com o corpo, além de enriquecer muito a indústria do emagrecimento, acaba desencadeando uma relação ruim com a comida, pois acredita-se que ela é a responsável pelo ganho de peso, pelas gordurinhas aqui e ali, a batata frita (ou melhor, o carboidrato) ingerida virou aquele pneu e aquela celulite.

E "ai" de quem sinta prazer comendo alguma coisa! É pecado (de acordo com muitos programas de televisão e matérias senso comum veiculadas pela internet)!

Essa relação ruim com a comida, acho que você já deve ter captado a mensagem, pode estar relacionado ao desenvolvimento de uma alimentação transtornada ou um TA em si.

Bom, isso tudo dito até aqui para finalmente refletirmos que do jeito que está, não dá para ficar. Os grandes veículos de comunicação precisam tomar parte de sua responsabilidade a respeito e pensar melhor em como divulgam imagens de corpos, quais as mensagens subliminares ali.

É preciso ter cautela sobre como as informações sobre alimentação e nutrição são divulgadas, muitas vezes sem nenhum cuidado, nenhuma contextualização, gerando uma neurose relacionada à comida nos expectadores e uma outra dicotomia: Alimentos bons x alimentos ruins, a ideia de existirem alimentos milagrosos guiando as pessoas pela trilha do emagrecimento cujo final é aquele corpo magro que todo mundo almeja.

Não existe nada disso. (Leia mais sobre os 10 passos par uma alimentação saudável).

Mas, existe uma luz no fim do túnel.

Os comerciais que há alguns anos eram assim:

Reforçavam um único tipo de corpo, como se fosse preciso realizar sacrifícios para obtê-lo, além de só o corpo e somente isso, importar (porque também é o que fica em evidência numa propaganda de 30 segundos. Ninguém está se importando com a inteligência da moça se o corpo dela é tratado como um objeto)

Desde o ano passado e neste ano, os comerciais vêm mostrando uma nova cara, incluindo os debates sobre a diversidade de corpos, sem favorecer padrões de beleza.

"A gente tem que querer ser lindo do jeito que a gente é"

O que esperamos é que os debates sobre corpo, saúde, sociedade e cultura não parem, que as pessoas consigam refletir sobre as mensagens passadas nas grandes mídias e ter crítica para não se deixarem levar pelas ilusões de emagrecimento fácil com alimentos milagrosos.

Portanto,

"Não acredite nas revistas (blogueiras fitness, na TV, etc)! Você é linda!"

E sempre que tiver alguma dúvida sobre alimentação e nutrição, procure um(@) nutricionista!

Referências:

Alvarenga, MS et al. Insatisfação com a imagem corporal em universitárias brasileiras. J Bras Psiquiatr. 2010;59(1):44-51

Alvarenga, MS et al. Influência da mídia em universitárias brasileiras de diferentes regiões. J Bras Psiquiatr. 2010;59(2):111-118.

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Cultura E Tal:

The Baker's Wife (1938)

O filme é baseado em um livro de Jean Giono, um doce conto pastoral, sobre um padeiro que fica pertur-bado quando sua esposa o deixa.

O padeiro então passa-se a recusar a fornecer pão à aldeia até ela voltar para ele.

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