Vício em comida entre as minorias sexuais
- Isis Stelmo
- 16 de set. de 2017
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Estudos apontam que as minorias sexuais estão mais propensas a enfrentar situações relacionadas ao uso abusivo de drogas e a desenvolverem transtornos mentais, como depressão. Sabe-se que sofrer discriminação, assédio, rejeição podem se tornar gatilhos para o aparecimento desses sintomas. Apesar de haver sugestões na literatura sobre o vício em comida e seu desencadeamento se dar, possivelmente, da mesma maneira que o vício em substâncias psicoativas, há ainda poucas pesquisas na área, ainda mais envolvendo minorias sexuais.
Uma pesquisa realizada na Universidade de Michigan, EUA, teve como objetivo avaliar a pré-disposição para o vício em comida comparando as minorias sexuais (gays, lésbicas e bissexuais) com heterossexuais.
A amostra foi de 356 participantes, incluindo heterossexuais, gays, lésbicas e bissexuais, os quais foram entrevistados. Dados como idade, orientação sexual, sexo, etnia e Índice de Massa Corpórea foram coletados. Para a avaliação do vício em comida a Yale Food Addiction Scale (YFAS) foi utilizada. Para avaliar relatos de assédio e discriminação, utilizou-se a Heterosexist harassment, rejection and discrimination scale (HHRDS). O nível de autocompaixão foi avaliado por meio da Self-compassion scale (SCS).
Encontrou-se que as minorias sexuais têm maior probabilidade de desenvolver o vício em comida comparados com os heterossexuais. Sofrer rejeição, assédio e discriminação mostrou-se como um fator negativo e ter autocompaixão revelou-se como um fator protetivo.
Esse estudo é pioneiro na área, apesar disso, outros estudos de comunidade se fazem necessários, comparando também as diferenças entre os gêneros.
Jacob C. Rainey, Celina R. Furman, Ashley N. Gearhardt. Food addiction among sexual minorities. Appetite 120 (2018) 16e22
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