Na saúde e na doença: GENGIBRE!
- Fernanda Ramos
- 20 de set. de 2017
- 2 min de leitura
Se você já teve sintomas como náuseas, vômito, desconforto e dor abdominal é bastante provável que alguém já tenha falado: "isso melhora com gengibre!" junto de uma receita tradicional da família para solucionar a situação.
Tudo isso porque o gengibre é usado desde a Antiguidade como erva medicinal para tratar uma série desses sintomas, além de artrite, dores musculares e febre.
Toda essa fama do gengibre vinda principalmente da cultura popular estimulou, então, o desenvolvimento de estudos clínicos para verificar a sua eficácia enquanto terapia complementar, especialmente em náuseas e vômitos na gravidez, induzidos pela quimioterapia e em pós operatórios, e outros efeitos positivos para a saúde.

Por ser uma das ervas mais amplamente usadas no mundo todo, especialmente nas culturas orientais, o gengibre é usado de diversas formas: pode ser fresco, seco, cristalizado, em conserva, usado em doces, infusões ou mesmo em cápsulas.
O que já se sabe é que o gengibre é considerado seguro para consumo humano, que na sua composição estão presentes vários compostos bioativos e fitoquímicos, como compostos fenólicos e flavonóides e que a sua atividade farmacológica parece estar atribuída ao Gingeróis e shogaol (produto da desidratação de gingeóis). Também é evidente que a preparação e as etapas de processamento envolvidas alteram as concentrações dos compostos ativos.
Nos estudos até então publicados foram encontrados os seguintes resultados:
redução de vômitos entre os indivíduos em quimioterapia e em gestantes devido atuação a nível periférico da erva no trato gastrintestinal, aumentando a motilidade gástrica e, por consequência, o esvaziamento gástrico.
melhora da sensação de náusea em indivíduos em quimioterapia, em gestantes e em pós operatórios.
melhora da sensibilidade à insulina.
efeitos benéficos na pressão arterial e na função endotelial.
efeitos benéficos na obesidade e doenças cardiovasculares.
Todos esses efeitos são mediados através da regulação do metabolismo lipídico, modulação da secreção de insulina pelo pâncreas, inibição do estresse oxidativo, melhora da atividade anti-inflamatória e mecanismos hipotensivos e antiateroscleróticos.
Para o efeito nas náuseas e vômitos tem sido investigada a ação dos componentes do gengibre nos receptores de serotonina e receptores colinérgicos do sistema nervoso.
Os mecanismos fisiológicos não estão bem elucidados bem como a dose ideal e a melhor forma de consumo pra atingir tais resultados. Os estudos são distintos quanto as doses e quanto a amplitude dos resultados.
No entanto as evidências demonstram que o gengibre pode ser usado como tratamento complementar, como um método seguro, efetivo e barato, especialmente para náuseas e vômitos.
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