Pra que serve afinal o tal do Apêndice?
- Fernanda Ramos
- 4 de out. de 2017
- 2 min de leitura
Alguns diriam: só para causar apendicite!
A verdade é que aquela estrutura pequena de 5 a 10 cm localizada logo no início do intestino grosso que parecia ter perdido sua função no decorrer da evolução e servia “para nada” tem ganhado algumas evidências científicas muito interessantes!

Em 2007, um grupo de cirurgiões e imunologistas concluíram que o apêndice promove crescimento populacional de bactérias benéficas e facilita o repovoamento dessas bactérias no intestino grosso, já que também é um depósito delas. Além disso ele tem uma função imunológica por conter tecido linfóide na sua estrutura, atuando na defesa contra infecções locais.
No entanto, não se pode esquecer dos problemas que o apêndice pode causar!
A apendicite aguda é uma das emergências cirúrgicas mais comuns no mundo todo e seu tratamento cirúrgico representa um encargo importante para os sistemas de saúde.
Apesar disso, ainda há um entendimento escasso das suas causas.
A incidência ocorre geralmente na segunda ou terceira década de vida e entre as possíveis causas estão:
agentes infecciosos
fatores genéticos (o risco de apendicite é aproximadamente 3x maior em membros de famílias com história de apendicite)
obstrução direta (menos comum, causada por hiperplasia linfóide, fezes impactadas ou tumor)
O tratamento pode ser feito com antibióticos nos casos mais simples ou tratamento cirúrgico para remoção da estrutura.
Apesar de resolver a inflamação aguda grave, a retirada do apêndice tem sido associada a um maior risco para o desenvolvimento de colite por Clostridium difficile.
O que se tem muito claro é que qualquer um pode ter essa surpresa a qualquer momento da vida! Torça para não ser você!
Randal Bollinger R, Barbas AS, Bush EL, Lin SS, Parker W . Biofilms in the large bowel suggest an apparent function to the humam vermiform appendix. J Theor Biol. 2007.
Bhangu A, Søreide K, Di Saverio S, Assarsson JH, Drake FT. Acute appendicitis: modern understanding of pathogenesis, diagnosis, and management. Lancet 2015: 386: 1278–87.

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