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A influência dos hábitos alimentares da mãe na composição do leite

  • Sabrina Wertzner
  • 23 de out. de 2017
  • 2 min de leitura

Já é mais que sabido que o leite materno é o melhor alimento para o bebê, sendo recomendação exclusiva até os 6 meses de idade, e continuada, complementada com alimentação regular, até pelo menos os 2 anos de idade.

Diferentemente das fórmulas infantis, o leite materno tem mudanças dinâmicas em sua composição. Esta pode ser modificada pelo período do dia, durante a própria amamentação, por fatores ambientais, sexo do bebê, estilo de vida materno, hábitos alimentares e de atividade maternos, etc.

Para esclarecer as influências que afetam a composição do leite, um estudo realizou uma revisão sistemática com artigos publicados até janeiro de 2015. Foram incluídos 36 estudos que forneciam informações quantitativas tanto sobre a dieta materna quanto sobre os dados do leite, medidos em mães e bebê saudáveis.

Em conclusão, o trabalho verificou o quão fraca é a evidência é que atualmente é usada na prática clínica diária. As recomendações sobre essas questões ainda são principalmente baseadas em estudos que relataram associações indiretas. Ainda se faz necessário muitos estudos sobre o papel da dieta materna sobre a composição do leite materno.

De qualquer forma, destaco alguns resultados:

Energia total

  • Há maior teor de energia total de leite materno para uma dieta com baixo teor de carboidratos e alta em gordura do que com uma dieta rica em carboidratos e baixa em gordura (Mohammad, Sunehag, Haymond, 2009).

Proteína total

  • Há maior teor de proteína total de leite materno para uma dieta materna rica em proteína que com dieta pobre em proteínas (Forsum, Lonnerdal, 1980).

Gorduras

  • Há maior proporção de gordura total de leite materno com uma dieta materna caracterizada por baixo teor de carboidratos e alta em gorduras (Mohammad, Sunehag, Haymond, 2009), também por uma dieta rica em produtos lácteos (Park et al, 1999).

Carboidratos

  • Nenhum estudo encontrou relações significativas entre concentração de carboidratos do leite materno e a ingestão de energia materna (Quinn et al, 2012) ou com um vegetariano em comparação com uma dieta não vegetariana (Finley et al, 1985).

Vitaminas

  • Vitamina C: há correlação positiva entre a vitamina C do leite materno e a ingestão dietética materna (Kodentsova, Vrzhesinskaya, 2006; Salmenpera, 1984);

  • Vitamina E: há correlação positiva entre a vitamina E e as ingestões maternas de gordura total e AGS totais (Antonakou et al, 2011); e também na ingestão dietética de vitamina E ≥75% da ingestão recomendada (Ortega, 1999);

  • Tiamina e riboflavina: há correlação positiva entre as vitaminas no leite materno e na dieta materna (Kodentsova, Vrzhesinskaya, 2006).

Minerais

  • Zinco: o mineral do leite materno foi significativamente influenciado pelo consumo de arroz e outros alimentos ricos neste mineral (Leotsinidis et al, 2005; Ortega, 1999; Vuori et al, 1980);

  • Selênio: o mineral do leite materno foi significativamente influenciado pelo consumo de arroz e também apresentou maior concentração no leite materno entre mães vegetarianas (Valent et al, 2011; Debsky et al, 1989).

  • Não foi observada correlação entre o ferro, o cálcio, o magnésio e o potássio e as ingestões dietéticas maternas correspondentes (Finley et al, 1985).

BRAVI, F. et al. Impact of maternal nutrition on breast-milk composition: a systematic review. American Journal Of Clinical Nutrition, [s.l.], v. 104, n. 3, p.646-662, 17 ago. 2016. American Society for Nutrition. http://dx.doi.org/10.3945/ajcn.115.120881.

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