Não é só uma Espinha
- Sabrina Wertzner
- 20 de fev. de 2018
- 2 min de leitura
A acne, que dá a impressão de ser apenas um incômodo no nosso dia-a-dia, é considerada uma doença crônica da pele que afeta principalmente indivíduos que atravessam a puberdade, com uma prevalência entre essa população de quase 95%.
Ainda assim, notamos que há a continuação da doença na idade adulta, ou até mesmo o surgimento da doença em indivíduos que não foram previamente afetados pela acne, com prevalência no sexo feminino.
A patogênese da acne em adultos envolve vários fatores endógenos e exógenos, como distúrbios endócrinos, estimulação crônica da imunidade inata, predisposições genéticas, estresse, tabaco e até mesmo o uso de cosméticos.
Mais que um incômodo, as espinhas são uma condição crônica que parece afetar a qualidade de vida em adultos mais do que nos mais jovens. Observa-se, em estudos, impactos psicológicos, sociais e emocionais consideráveis e até uma prevalência de comorbidade psiquiátrica de até 40%!!!

Embora existam opções para o seu tratamento, em destaque para o tratamento hormonal, ainda existem medicamentos específicos para esta faixa etária que podem ser direcionados para os possíveis mecanismos implicados em sua cronicidade
No que diz respeito ao tratamento, existem várias opções disponíveis, como retinoides tópicos, ácido azelaico, peróxido de benzoíla e antibióticos tópicos. Além disso, destacam-se também os tratamentos hormonais através de certos anticoncepcionais.
Uma dieta balanceada tem sido considerada uma estratégia de tratamento importante para certas condições da pele, em especial relacionadas às acnes.
Alta carga glicêmica
A evidência mais forte até o momento sobre os desencadeantes alimentares da acne é para dietas de alta carga glicêmica.
Vários estudos demonstraram que pacientes com acne apresentaram melhora significativa após 10-12 semanas de uma dieta com baixa carga glicêmica.
Verificou-se que esse padrão alimentar resultou em menor biodisponibilidade de andrógenos e produção de sebo de pele alterada, revelando diminuição da inflamação da pele e redução do tamanho das glândulas sebáceas.
Suplementos alimentares
Ácidos graxos ômega-3
Em um estudos randomizado controlado de 10 semanas suplementos de ácidos graxos ômega-3 e suplementos de ácido gammalinolênico resultaram em melhora clínica e histopatológica em lesões de acne.
Probióticos
Observou-se que a suplementação probiótica associada a antibióticos resultou em menor contagem total de lesões em comparação com o uso de antibióticos sozinhos.
Zinco
Ainda há de se estudar mais este componente em suas mais diversas formas, e, embora alguns estudos não tenham sido bem sucedidos, outros demonstraram eficácia no tratamento da acne.
Como uma busca rápida na Internet, encontra-se muita desinformação sobre o link entre a pele e dietas. Apesar de parecerem inofensivas, algumas recomendações são potencialmente prejudiciais, como suplementos dietéticos não testados ou dietas de eliminação severamente restritivas.
Busque sempre um médico especialista e um nutricionista para sanar suas questões.
ROCHA, Marco; BAGATIN, Ediléia. Adult-onset acne: prevalence, impact, and management challenges. Clinical, Cosmetic And Investigational Dermatology, [s.l.], v. 11, p.59-69, fev. 2018. Dove Medical Press Ltd.. http://dx.doi.org/10.2147/ccid.s137794.
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KATTA, Rajani; KRAMER, Mary Jo. Skin and Diet: An Update on the Role of Dietary Change as a Treatment Strategy for Skin Disease. Skin Therapy Letter, Texas, v. 23, n. 1, jan. 2018.
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