Atualização: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 – Parte 2
- Fernanda Ramos
- 21 de jun. de 2018
- 3 min de leitura
Como prometido, fica pra esse post os principais temas sobre alimentação e de Terapia

Nutricional da atualização das Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018.
Quando a alimentação atua de forma direta na modificação de questões de saúde, sendo, portanto, uma terapia, chamamos de Terapia Nutricional (TN).
E no Diabetes a TN é essencial desde a prevenção, gerenciamento até a prevenção de complicações da doença.
As intervenções nutricionais impactam diretamente na redução da hemoglobina glicada, independente do tempo de diagnóstico da doença, quando acompanhada por profissional especialista (viu como é importante encontrar um nutricionista que você confie? 😊)
Para além da importância da abordagem individual, programas de educação nutricional sobre diabetes, em todas as suas apresentações, promovem autocuidado e independência quanto às decisões e atitudes ligadas a alimentação e controle metabólico, de forma a melhorar a compreensão sobre a importância e a influência dos alimentos no controle glicêmico e na prevenção de complicações.
A tecnologia também pode ser usada como facilitador do tratamento por meio de aplicativos de nutrição em celulares, de mensagens de texto, jogos e vídeos, que tem ótima aceitação das diversas faixas etárias, com ação potencializadora do plano alimentar estabelecido e por poder contribuir na garantia da sua continuidade.
O tratamento deve garantir sempre a autonomia e protagonização da pessoa com diabetes na decisão das metas terapêuticas, que melhora muito o comprometimento do indivíduo com diabetes e contribui para o sucesso do tratamento.
Vamos então às recomendações alimentares!
Para o DM, as recomendações de nutrientes são semelhantes àquelas para a população geral. Então, alimentação equilibrada, com maior consumo de alimentos de origem vegetal, priorização dos alimentos integrais e com maior teor de fibras, baixo consumo de alimentos ricos em gordura, menor consumo de carne vermelha e consumo moderado de álcool são recomendações recorrentes.
É claro que não existe estratégia alimentar universal e cada pessoa, com sua história e seus próprios meios de enfrentamento da doença, vai delineando as mudanças de estilo de vida, adequando-as à sua realidade.
Veja no quadro a seguir algumas recomendações alimentares:

Fonte: SBD, 2018
1. Para gestantes com diabetes, a OMS recomenda e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aceita o uso de aspartame, sacarina, acessulfame-K e sucralose com moderação:
− Sacarina: 2,5 mg/kg de peso corporal;
− Ciclamato: 11 mg/kg de peso;
− Aspartame: 40 mg/kg de peso;
− Acessulfame-K: 15 mg/kg de peso;
− Esteviosideo: 5,5 mg/kg de peso;
− Sucralose: 15 mg/kg de peso.
2. As principais fontes são frutas, verduras, legumes, farelo de aveia e de cevada, semente de linhaça, feijão, ervilha, lentilha e grão de bico. O consumo de cereais integrais de três ou mais porções por dia contribui para o alcance da recomendação.
O álcool prejudica o controle do DM, interferindo na ação da insulina e da medicação, aumentando o risco de hipoglicemia. O álcool também pode reduzir os níveis glicêmicos e a consciência de hipoglicemia.
O uso de prebióticos e probióticos são alternativas promissoras na prevenção e tratamento do diabetes e da síndrome metabólica, mas ainda é preciso padronizar quais as cepas e substâncias mais eficazes e suas doses antes de estabelecer recomendações formais.
Estratégias Alimentares
Índice Glicêmico (IG): sua utilização é controversa em determinados aspectos, e embora seja recomendada a adoção de dieta com baixo índice glicêmico no controle do diabetes é complexo diferenciar o efeito independente da fibra em comparação com o IG sobre o controle da glicemia.
Contagem de carboidratos: estratégia alimentar para o controle glicêmico entre os indivíduos que usam insulina, integrando administração de insulina ao consumo de carboidratos, contribuindo no planejamento de refeições e na modificação efetiva da dosagem de insulina conforme as refeições do dia.
Fitoterapia no tratamento do Diabetes
Na cultura popular há diversos tratamentos alternativos para controle do diabetes, e apesar da grande importância da alimentação no controle da doença, as terapias medicamentosas são necessárias e não devem ser abandonadas.
Existe uma série de tratamentos alternativos usando plantas e suplementos derivados de ervas e plantas, vamos a elas:

Fonte: SBD, 2018
Não há segurança no uso desses tratamentos alternativos para o diabetes, não sendo, então, recomendada sua prática.
Não há também recomendação para prescrição e uso de suplementos de minerais, oligoelementos e vitaminas como CROMO, VANÁDIO, POLIVITAMÍNICOS e VITAMINA D para o tratamento do diabetes.
Outros Tratamentos
Tem-se considerado a cirurgia bariátrica em pessoas com DM2 de difícil controle e IMC ≥35kg/m2, principalmente se houver outras comorbidades. Dependendo do tipo de procedimento há normalização total ou parcial da glicemia em torno de 55 a 95%.
Para saber mais, leia um outro post feito pelo Et Al com essa temática.
Para se aprofundar nos temas, leia a diretriz completa, que você encontra na nossa biblioteca 😉
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018 / Organização José Egídio
Paulo de Oliveira, Renan Magalhães Montenegro Junior, Sérgio Vencio. -- São Paulo : Editora
Clannad, 2017.

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