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Câncer: contribuições do tratamento não farmacológico

  • Fernanda Ramos
  • 13 de jan. de 2017
  • 3 min de leitura

Nessa semana já falamos sobre regulação e tratamento do câncer no Brasil, formas de prevenção baseadas no estilo de vida e demos dicas de filmes. Hoje é dia de falar de tratamentos não farmacológicos para o câncer.

Está mais do que comprovado que atividade física atua tanto na prevenção como na redução de recidiva do câncer, além de manter a massa muscular e a capacidade física. Tanto é verdade que as principais sociedades nacionais e internacionais a indicam. O que a ciência ainda não conseguiu determinar é qual o melhor tipo de exercício nesse caso. Na dúvida, movimente-se!

No que se refere à alimentação, é só dar um Google que a gente encontra MUITA dieta anticâncer, todas baseadas em alimentação saudável e antioxidantes. Isso na prevenção, porque quando a doença já está instalada, a conversa é outra.

A desnutrição é comum entre as pessoas com câncer por ser uma doença hipermetabólica e frequentemente evoluir com caquexia. A terapia antineoplásica e seus efeitos adversos também contribuem com a baixa ingestão de alimentos, acelerando a evolução para desnutrição. As necessidades calóricas e protéicas são aumentadas dependendo do tipo de câncer.

Há alguns estudos feitos com pacientes com glioblastoma que mostram redução do crescimento do tumor com dieta cetogênica, já que a célula tumoral, que usa muita energia para seu metabolismo e reprodução, tem afinidade por glicose, mas ainda são necessárias mais evidências e não se deve aplicar essa dieta a outros tipos de câncer, principalmente por esta levar a restrição de ingestão e a perda de peso.

Não há atualmente dietas que previnam a recidiva ou que curem câncer, por isso a Sociedade Européia de Nutrição Enteral e Parenteral (ESPEN) não recomenda qualquer tipo de dieta, que podem ser potencialmente prejudiciais, principalmente na deficiência de micronutrientes e desnutrição.

Durante o tratamento quimioterápico e radioterápico há controvérsias na indicação de dieta com suplementação de antioxidantes. Há pelo menos 10 anos esse assunto é estudado. Alguns estudos demonstram que vitamina C, α-tocoferol succinato e β-caroteno podem melhorar a eficácia do tratamento aumentando a resposta do tumor e a toxicidade das drogas. O estudo Bariati concluiu que a suplementação de vitamina E e caroteno reduziu significativamente os efeitos adversos da radioterapia em pacientes em tratamento de câncer de cabeça e pescoço, mas não há especificação de quantidade adequada.

Por outro lado, há um grupo de pesquisadores que contra-indica seu uso pelo mecanismo de ação das drogas antineoplásicas, pois estas agem formando radicais livres de oxigênio e a suplementação de antioxidantes pode atuar no bloqueio do dano oxidativo à célula tumoral.

Conclui-se, por ora, que apesar de não haver evidência de diminuição da eficácia dos quimioterápicos e do consumo de antioxidantes dentro de uma alimentação equilibrada não causar efeitos adversos à terapia antineoplásica, sua suplementação, com altas doses, deve ser evitada. Após a terapia antineoplásica há indicações de uso de antioxidantes na reversão de efeitos adversos da radioterapia.

Então, o segredo no tratamento não farmacológico do câncer é o mesmo da prevenção: alimentar-se adequadamente e exercitar-se! Bora lá?

Referências

Arends J, et al. ESPEN guidelines on nutrition in cancer patients. Clinical Nutrition,2016 (article in press)

Moss RH. Should Patients Undergoing Chemotherapy and Radiotherapy Be Prescribed Antioxidants? Integrative Cancer Tharapies. 2006. 5(1).

Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral Associação Brasileira de Nutrologia. Terapia Nutricional na Oncologia. Projeto Diretrizes. 2011

Martuscello RT, Vedam-Mai V, McCarthy DJ, et al. A Supplemented High-Fat Low-Carbohydrate Diet for the Treatment of Glioblastoma.Clin Cancer Res. 2016. 22(10); 2482–95.

Rieger J, Bahr O, Maurer GD, et al. ERGO: A pilot study of ketogenic diet in recurrent glioblastoma. J Intern of Oncology. 2014. 44: 1843-1852.

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The Baker's Wife (1938)

O filme é baseado em um livro de Jean Giono, um doce conto pastoral, sobre um padeiro que fica pertur-bado quando sua esposa o deixa.

O padeiro então passa-se a recusar a fornecer pão à aldeia até ela voltar para ele.

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