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Cirurgia Bariátrica

  • Foto do escritor: Isis Stelmo
    Isis Stelmo
  • 16 de jan. de 2017
  • 3 min de leitura

A obesidade, como já falamos aqui, é multifatorial e uma questão de saúde pública. Grandes esforços vêm sendo feitos para tentar melhorar a qualidade de vida das pessoas, reverter e tratar a obesidade. Claro que estratégias, principalmente as que propõem mudanças ambientais, facilitando acesso a alimentos de qualidade, precisam de mais investimentos, mas, enquanto isso, vamos adequando cada orientação a cada contexto.

No Brasil, metade das pessoas estão com excesso de peso (considerando sobrepeso e obesidade). Além de possíveis prejuízos à saúde, como maior risco para obesidade, hipertensão e outras Doenças Crônicas Não Transmissíveis, esses números representam maior gasto de dinheiro público para tratar esses pacientes com suas complicações.

O tratamento, isso já está mais do que dado, deve ser interdisciplinar, envolvendo, médic@(s), nutricionista, psicólog@, educador(a) físic@, às vezes, psiquiatra, fisioterapeuta, assistente social, devido a complexidade do indivíduo obeso.

A cirurgia bariátrica deve ser a última opção como tratamento, apesar de muitas vezes ser banalizada, principalmente na mídia, como se fosse uma cirurgia trivial, com capacidade para resolver todos as questões (biopsicossociais) da pessoa obesa.

Às vezes, quando atendo pacientes ou até mesmo converso com pessoas próximas que estão acima do peso, percebo essa simplificação do procedimento, observo um desejo em passar pela cirurgia, como se fosse resultar na realização de um sonho. E é nesse momento que a gente estoura o balãozinho de imaginação cor de rosa e conta para o paciente/familiar/amigo que não é tudo tão fácil, assim.

O paciente só se torna candidato para a tal cirurgia no Brasil, pelo SUS, se estiver com o Índice de Massa Corpórea (IMC) maior ou igual a 50 Kg/m²; maior ou igual a 40 Kg/m² se o paciente tiver não tiver obtido sucesso no tratamento interdisciplinar com acompanhamento mínimo por dois anos; maior ou igual a 35 Kg/m² com comorbidades associadas e alto risco cardiovascular.

Contudo, o que não dizem é que após a cirurgia é necessário acompanhamento com médic@s, psicólog@, nutricionista e, se necessário, outros profissionais da saúde, a longo prazo, também.

Um estudo de Fandiño et al (2004) encontrou que pacientes obesos podem apresentar maior risco para psicopatologia associada e para evitar complicações pós-operatórias, esse acompanhamento, como foi supracitado, é essencial.

Além disso, pacientes pós-cirurgia bariátrica têm maior risco de desenvolver deificências nutricionais pela limitação de ingestão e absorção de nutrientes (Bordalo et al, 2011).

Quadro extraído do artigo de Bordalo et al (2011):

Logo, para encaminhar um paciente para a cirurgia bariátrica, além da avaliação clínica, é necessário ponderar a respeito dos ganhos e perdas que esse indivíduo terá após a cirurgia, se terá condições de ser acompanhado de maneira interdisciplinar com qualidade, adquirir medicamentos e suplementos necessários, se realmente os ganhos serão maiores que as perdas.

Referências:

Bordalo, LA et al. Cirurgia bariátrica: como e por que suplementar. Rev Assoc Med Bras 2011; 57(1):113-120. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ramb/v57n1/v57n1a25.pdf>. Acesso: 16 jan 2017

Brasil. Metade dos brasileiros está com excesso de peso. Portal Brasil, 2015. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/saude/2015/04/metade-dos-brasileiros-esta-com-excesso-de-peso> Acesso em: 16 jan 2017

Brasil. Cinco fatos que você precisa saber sobre a cirurgia bariátrica no SUS. Portal Brasil, 2016. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/saude/2016/05/cinco-fatos-que-voce-precisa-saber-sobre-a-cirurgia-bariatrica-no-sus> Acesso em: 16 jan 2017

Fandiño, J et al. Cirurgia Bariátrica: aspectos clínico-cirúrgicos e psiquiátricos. R. Psiquiatr. RS, 26'(1): 47-51, jan./abr. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rprs/v26n1/20476.pdf> Acesso em: 16 jan 2017

Floresi, ACF et al. Cirurgia bariátrica e risco de suicídio. Rev Psiq Clín. 2009;36(2):83-4. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rpc/v36n2/07.pdf> Acesso em: 16 jan 2017

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The Baker's Wife (1938)

O filme é baseado em um livro de Jean Giono, um doce conto pastoral, sobre um padeiro que fica pertur-bado quando sua esposa o deixa.

O padeiro então passa-se a recusar a fornecer pão à aldeia até ela voltar para ele.

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