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Os ovos em: “não há alimento milagroso... não há uma fórmula mágica...”

  • Sabrina Wertzner
  • 12 de abr. de 2017
  • 2 min de leitura

Uma recente revisão sistemática sobre a saúde do coração e o consumo de ovos reforçou a ideia de que o consumo de ovos não influencia diretamente no risco de desenvolver uma doença cardiovascular (DCV).

Essa polêmica já saiu na mídia há algum tempo, mas seguimos recebemos a indicações de restringir o consumo de ovos para redução do colesterol sérico.

Sério?

A nutrição é um braço da ciência que muda tanto quanto outras áreas, mas, por "estar na boca do povo" - literalmente, acaba sofrendo um certo bullying por conta das mudanças constantes dos posicionamentos das sociedades de saúde, nutricionistas, médicos e, infelizmente, veículos de comunicação que-nada-tem-a-ver-com-os-assuntos.

Além da falta de atualização, a demonização de alguns alimentos e a adoração por outros me incomoda.

Está na hora de enxergar que quando falamos de algum alimento e seus potenciais benefícios/prejuízos queremos dizer que houve uma nova descoberta e que isso corrobora com o pensamento de que ter uma alimentação variada, preferindo in natura a ultra-processados, auxilia na manutenção da saúde do indivíduo, mas não que seja necessário excluir completamente e se culpar por ter ingerido, ou só comer esse ou aquele ingrediente como se fosse um remédio.

Já parou pra pensar que se pegar todas as informações isoladas das revistas das gôndolas dos supermercados o seu carrinho vai acabar com ovos, manteiga, chia, alfarroba, linhaça, chá verde, açúcar de coco, etc.?

E aí o que... você vai colocar todos esses ingredientes no liquidificador e fazer o seu detox???

Não percebe que tudo isso vira um jogo sem fim!?

Meus queridos leitores: precisamos de parcimônia.

Balanço.

E que a verdade seja dita, escutada e repetida como um mantra:

“não há alimento milagroso... não há uma fórmula mágica...”

E mais: reaprender a notar nosso corpo. Ele dá sinais: fome, saciedade, uma dorzinha aqui, outra ali, cabelo caindo, cansaço excessivo, coceiras, unhas fracas, falta ou excesso de apetite, enfim, infinitas indicações que algo não vai bem.

E quando isso acontecer, vamos olhar para o que colocamos nos nossos pratos. Refletir. Recorrer a bons profissionais “pé no chão” que façam a união do bem estar individual, o prazer em se alimentar, a nutrição do corpo e da alma.

E mais: parar de debochar da área da nutrição e vê-la como uma aliada à sua saúde.

E vamos repetir o mantra...

Por fim, agora enxergando a informação como um todo, vamos aos destaques da revisão inicialmente citada:

- Os ovos são uma fonte biodisponível de carotenóides de xantofila, especificamente luteína e zeaxantina, que demonstram desempenhar um papel na diminuição da inflamação, oxidação e aterosclerose – Ou seja, que podem levar a diminuição do risco de doença cardiovascular (DCV).

- O consumo de 1 – 3 ovos por dia durante 12 semanas não aumentou o risco de DCV em indivíduos eutróficos e obesos com síndrome metabólica.

- O consumo de um substituto de ovo livre de colesterol não diminui o risco de indivíduos desenvolverem fatores de risco de DCV, em relação aos ovos inteiros.

CLAYTON, Zachary S.; FUSCO, Elizabeth; KERN, Mark. Egg consumption and heart health: A review. Nutrition, [s.l.], v. 37, p.79-85, maio 2017. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.nut.2016.12.014.

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Cultura E Tal:

The Baker's Wife (1938)

O filme é baseado em um livro de Jean Giono, um doce conto pastoral, sobre um padeiro que fica pertur-bado quando sua esposa o deixa.

O padeiro então passa-se a recusar a fornecer pão à aldeia até ela voltar para ele.

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