Aprender a ter prazer em comer: uma oportunidade para incentivar o comer saudável em crianças?
- Isis Stelmo
- 30 de set. de 2017
- 1 min de leitura

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É uma questão primitiva bebês optarem por alimentos mais doces por meio do prazer, pois seriam indicadores de maior densidade energética. Energia essa que será utilizada para um crescimento saudável.
O receio gerado a partir disso seria que, com a grande exposição a alimentos com alta densidade calórica, com grande quantidade de açúcar, sal e gordura, alimentar-se somente considerando o prazer poderia acarretar em sobrepeso. Por isso, alguns mecanismos de autocontrole são ensinados às crianças.
Contudo, alguns estudos vem demonstrando que resgatar o prazer ao comer pode ser um aliado à alimentação saudável. Pesquisas realizadas com crianças demonstraram que ao serem estimuladas a comer com prazer, escolheram, consequentemente porções menores de alimentos com alta densidade calórica.
Além disso, se as crianças forem expostas a uma grande variedade de alimentos, incluindo nesse balaio as frutas, verduras e legumes, também sentirão prazer comendo alimentos classificados como saudáveis.
Por fim, a comensalidade, o comer junto, também pode auxiliar na aquisição de hábitos saudáveis. Ao compartilhar refeições com os adultos, as crianças observam seus comportamentos relacionados à comida e tendem a reproduzi-los. Logo, se os tutores têm uma boa relação com a comida é provável que as crianças também desenvolverão essa conexão. É importante ressaltar que os adultos minimizem os estímulos nos momentos das refeições (TV, celular, computador, etc), pois o mindless eating (comer sem pensar) pode levar ao consumo exagerado de comida.
Lucile Marty, Stephanie Chambaron, Sophie Nicklaus, Sandrine Monnery-Patris. Learned pleasure from eating: An opportunity to promote healthy eating in children?. Appetite 120 (2018) 265-274.
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