Comidas tradicionais X Ultraprocessadas na Infância
- Isis Stelmo
- 25 de nov. de 2017
- 2 min de leitura

Nessa semana li um artigo que foi publicado dia 15 de Novembro, ou seja, há 10 dias cujo título traduzido é: "Padrões alimentares tradicionais versus alimentação baseada em ultraprocessados e suas implicações no aumento a suscetibilidade para Diabetes tipo 1 e Doença Celíaca na Infância"
É uma revisão bibliográfica que traz diversas referências mostrando as vantagens de adotar um padrão alimentar tradicional, com alimentos in natura minimamente processados (nós já fizemos um post sobre isso, só ver o link no final do post) ao invés de uma dieta baseada em alimentos ultraprocessados.
Bom, primeiro é necessário dizer que a microbiota intestinal já madura se desenvolve por volta dos 4...5 anos de idade e permanecerá, em sua maior parte, com as mesmas características por toda a vida adulta. Pode ser que mude entre 30% a 40% dependendo dos hábitos alimentares adotados ao longo da vida. Por isso, é importante que se estabeleça uma microbiota intestinal saudável desde a infância.
Para que isso aconteça, a alimentação deve ser muito rica em vegetais (frutas, verduras, legumes, cereais, leguminosas), os quais fornecem as fibras e amido resistente que favorecem o crescimento de bactérias consideradas boas, pois desencadeiam respostas anti-inflamatórias no intestino.
Se uma alimentação for muito rica em alimentos ultraprocessados, esses geralmente são carregados de açúcares simples, de adição, excesso de sal e gordura, além de corantes, conservantes e emulsificantes, aumento o risco para a disbiose, ou seja, desequilíbrio da flora intestinal, o que pode gerar respostas pró-inflamatórias no intestino.
É importante ressaltar que essas respostas pró-inflamatórias no intestino podem levar aumentar o risco de desenvolvimento de Diabetes Tipo 1 e Doença Celíaca em crianças com predisposição genética.
Esse alerta é importante, pois o consumo de alimentos processados no ocidente e em culturas ocidentalizadas vem crescendo muito nos últimos anos. No Brasil, por exemplo, de 1987 a 2009, a ingestão de ultraprocessados foi de 20,3% para 32,1%.
Padrões alimentares com alto consumo de alimentos in natura e minimamente processados, com alta oferta de fibras, pouco açúcar de adição e quantidade adequada de gordura, por outro lado, podem corrigir a disbiose, manter a integridade intestinal, reduzindo as chances de desenvolvimento de Diabetes tipo 1 e doença celíaca nessas crianças.
Segue um resumão na Tabela 2 do artigo (com a minha tradução livre):
Table 2. Comparativo das características dos componentes e efeitos gerais das duas dietas.

Seta para cima: maior; Seta para baixo: menor
Sandra V. Aguayo-Patrón and Ana M. Calderón de la Barca. Old Fashioned vs. Ultra-Processed-Based Current Diets: Possible Implication in the Increased Susceptibility to Type 1 Diabetes and Celiac Disease in Childhood. Foods 2017, 6, 100; doi:10.3390/foods6110100

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